keywords'/> canonical'/> Satirizando Sergipe: QUANDO O LEGISLATIVO ATUA EM CAUSA PRÓPRIA

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

QUANDO O LEGISLATIVO ATUA EM CAUSA PRÓPRIA


Apesar de seu partido pertencer à base aliada, Luciano Bispo (PMDB) se comporta como adversário do governo Jackson Barreto (mesmo partido), desde o dia em que se elegeu presidente da ALESE. Derrotou candidatos governistas na disputa pelo comando da Casa e desde então vem fazendo das prerrogativas do cargo o que melhor lhe convêm.

Manobrando para aprovar a manutenção da famigerada verba de subvenção, desta feita travestida em outro pseudônimo regimental e considerando o aumento do subsídio, ignorando o atual momento vivido pelo governo e pela casa, o presidente do poder legislativo estadual, com a colaboração dos seus pares, segue defendendo interesses que estão na contramão dos anseios da sociedade sergipana, impondo maior desgaste à ALESE e por consequência ao Executivo Estadual.

Embora aparente estar atuando com interesses semelhantes ao do governo em questões substantivas, o legislativo estadual não tinha acenado para o extremo de cortar relações com o governo, mas segundo o jornalista Habacuque Vilacorte, esse é atualmente o sentimento que contamina a ALESE. 

Assim que se sentiram ameaçados pelas investigações sobre o escândalo de corrupção relacionado ao desvio das verbas de subvenção, valendo-se de um velho truque, com o agravante de utilizar em benefício próprio o peso de uma instituição republicana, os parlamentares envolvidos no escândalo procuram afastar as suspeitas que recaem sobre eles dizendo-se vítimas das circunstâncias, ocupando espaços na imprensa na tentativa de convencer a população que suas condutas são probas e imaculadas.

Seguindo a ótica dessa narrativa, o Legislativo quer livrar-se a todo custo da responsabilidade que lhe cabe e que a sociedade cobra, transferindo a crise para o governo por meio de chantagem política, a obrigação de atender ao anseio da população e às demandas do parlamento.

Não há sinais nem justificativas que indiquem a possibilidade de rompimento entre a ALESE e o Executivo, e tudo o mais sugere que o governo não se curvará diante de qualquer chantagem política que possa vir a ser praticada pelo Legislativo. A responsabilidade pela recuperação da imagem da casa perante a sociedade sergipana é dos deputados e não do governo.

De resto, diante de uma crise econômica que abala os cofres públicos, não se espera que o Governador permita o surgimento de uma crise política entre os poderes, do mesmo modo que não se espera que o chefe do Executivo Estadual conceda o aumento do subsídio pleiteado pelos deputados, por se tratar de um pleito amoral e que serve tão somente para financiar projetos políticos às custas dos cofres públicos.

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