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sexta-feira, 20 de março de 2015

A “ACHACANTE” REALIDADE BRASILEIRA



O episódio protagonizado na última quarta-feira no plenário da Câmara dos Deputados pelo hoje ex-ministro da Educação Cid Gomes, juntamente com parlamentares presentes na sessão, foi digno de um típico roteiro de pornochanchada. Os “atores” se alternaram na condução do espetáculo, produzindo momentos de teatralidade inquestionável do ponto de vista artístico. Mas e quanto ao ponto de vista político? Com qual imagem ficam, Congresso e Planalto diante da opinião pública?

Ao que parece, o recado das ruas não foi compreendido e nem encontrou "eco" no Congresso e muito menos no Planalto. 
A pauta da vez, ao contrário de ser efetivamente voltada para amparar uma urgente reforma politica condizente com o clamor das manifestações do último dia 15/03, foi subvertida em uma disputa irresponsável entre um Governo de gestão ineficaz e uma base "aliada" que se comporta como uma prostituta que deseja ser cortejada, e quando não é, posa de ofendida.

Esse "show de horrores" protagonizado entre atores do congresso e do planlto pode resultar em um inevitável retrocesso político administrativo, instituindo definitivamente uma crise governamental com impacto direto no já minguado crescimento econômico do pais. Desta feita, não haverá a desculpa da "crise internacional", e a recessão passa a ser uma possibilidade muito próxima de ser concretizada.

O PT QUER O DIVÓRCIO
Já no final do primeiro mandato da Presidente Dilma, a relação PT/PMDB dava sinais de cansasso.  Articulação política nunca foi o forte da Presidente, e o manejo com o PMDB, maior partido no congresso, requeria e requer hoje mais ainda, um certo "desapego" da Presidente em relação aos espaços políticos pleiteados pelo PMDB. Nessa queda de braço, ganha quem espera a melhor oportunidade de vencer seu oponente pelo cansaço, e nesse caso, o primeiro raund foi vencido pelo câmara, que é comandada pelo PMDB.

BOI DE PIRANHA ?
Com a popularidade do seu governo despencando junto à opinião pública, não custa muito imaginar que o Planalto tenha resolvido "vazar" a recente declaração do então ministro da Educação Cid Gomes, onde o mesmo critica a atuação dos deputados da base aliada do governo, tachando-os de "achacadores". Essa declaração do ex-ministro caiu como uma luva no sentido de desviar momentaneamente o foco da opinião pública e da oposição sobre os desdobramentos da operação lava jato, deixando em evidência o fisiologismo político que norteia as ações do congresso na busca incessante pelo poder.


REALIDADE INFELIZ
Em nome do governo, o ex-ministro Cid Gomes resolveu dividir o desgaste oriundo das manifestações, denunciando a falta de escrúpulo de alguns congressistas. Puxou para si a responsabilidade de denunciar uma prática recorrente da maioria dos parlamentares da base aliada da Presidente Dilma, que só garantem a viabilização da governabilidade mediante concessões de "natureza" diversa, deixando de lado os princípios que regem a representatividade do congresso.

O ex-ministro Cid Gomes foi corajoso ao reafirmar seu pensamento sobre a conduta da base aliada do governo, não recuou e não se deixou intimidar, diferentemente da Presidente Dilma, que mesmo depois do recado que veio das ruas, se colocou de joelhos, na condição de refém das chantagens do congresso, cedendo mais uma vez à pressão e aceitando a renúncia do seu ministro.
O pensamento do ex-ministro Cid Gomes não é individual, pelo contrário, ele é coletivo e partiu do Planalto a decisão de externa-lo no local apropriado, para que a opinião pública possa também fazer juízo de valor sobre a conduta dos seus respectivos representantes no congresso.

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